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A Tríplice Fronteira analisada será entre as fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai. A região esteve ligado pela primeira vez com o terrorismo quando aconteceram os atentados na Embaixada de Israel e na AMIA (Asociación de Mutuales Israelitas Argentina) na Argentina, nos anos de 1992 e 1994, respectivamente. O atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires matou 29 pessoas e a Asociación de Mutuales Israelitas Argentinas matou 85 pessoas.

O terrorismo não é algo característico dos nossos dias, ele sempre aconteceu de diversas formas, estilos, proporções e violências. Através disso, a visão da Tríplice Fronteira foi mudada, visto que anteriormente aos atentados na Argentina, não havia uma relação das fronteiras dos três países (Brasil, Argentina e Paraguai) como uma totalidade.

A suposição da presença de terroristas na região da Tríplice Fronteira obteve maior atenção após os atentados nos EUA, do dia 11 de setembro de 2001, havendo nesse momento uma percepção por parte dos norte-americanos, de que o local poderia estar sendo usado para treinamento e financiamento de grupos terroristas, através do grande número de árabes na região.

A Região

Nessa região se localizam as cidades de Foz do Iguaçu, no Brasil, Puerto Iguazu, na Argentina e Ciudad Del Este, no Paraguai, que juntas tem um total de 700 mil pessoas aproximadamente, existindo ainda um grande volume de mercadorias, fluxos de turismo e descaminho de uma série de bens legais e tráfico de produtos ilegais. A população existente na região se constitui de um grande número de árabes, com 74 etnias, abrigando a segunda maior colônia de árabes do Brasil, com 12 mil imigrantes e descendentes, somente sendo ultrapassada por São Paulo.

Os atentados Terroristas na Argentina

Os atentados na Argentina provocaram um temor na segurança da região, pelo fato de que a maior parte das pessoas que habitam o local serem de origem do Vale Bekaa, onde se originou e atua o Hezbollah.

Após diversas investigações, concluídas em 2005, que foram conduzidas pela SIDE (Secretaria de Inteligência do Estado) da Argentina, com o apoio da CIA (Central de Inteligência Americana) e do Mossad (Instituto para Inteligência e Operações Especiais) de Israel, foi apontado pelos promotores responsáveis pelo caso, que pessoas ligadas ao Hezbollah foram os responsáveis pelos atentados. Em 2007 foi requisitada a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), a prisão de altos funcionários do governo iraniano, que teriam feito parte da organização responsável pelos ataques na Argentina.

Atentado a Embaixada de Israel na Argentina.

No último Relatório sobre Terrorismo feito pelo Departamento de Estado dos EUA em 2013, o governo dos EUA, sinalizava com a preocupação do envio de dinheiro para países onde se concentram grupos terroristas, pois a região da Tríplice Fronteira ainda conserva um número grande de comércio ilegal de drogas, armas, tráfico de pessoas, falsificações, contrabando e lavagem de dinheiro, todas fontes potenciais para o financiamento de grupos terroristas.

O impacto do 11/09/2001 na Tríplice Fronteira

A partir dos atentados ocorridos na década de 1990, o governo argentino foi quem tomou as maiores medidas contra o terrorismo. A participação dos EUA nesta conjuntura era pequena, entendia-se na época que isso era um problema local dos países integrantes da Tríplice Fronteira. Esta postura só se alterou após os ataques sofridos pelos Estados Unidos em 2001.

Os EUA aumentaram a sua contribuição na região, com intercâmbio de informações e de experiências no que se refere ao combate da criminalidade e atividades que poderiam estar associadas ao terrorismo.

Os governos integrantes da Tríplice Fronteira têm aumentado a vigilância sobre a região, com a finalidade de controlar as atividades criminais, abrangendo as que possam estar incluídas com o terrorismo e seu financiamento.

Ponte da Amizade.

Esse maior controle dos países da região se deve também ao temor de que os EUA através do combate ao terrorismo poderiam usufruir das riquezas naturais da região, como o Aquífero Guarani, maior reserva de água potável do mundo, e que tem 1 milhão de metros quadrados e pode abastecer o mundo por diversos anos.

Conclusão

As medidas adotadas pelos países da Tríplice Fronteira são de tentar reagir e de combater quaisquer relações existentes na região com grupos terroristas, no entanto, cabe agora ter uma estratégia de atuação em que o foco na segurança é primordial, sendo necessário investir, principalmente, na infraestrutura e no desenvolvimento econômico local, como medida para prevenir-se de qualquer ameaça na região.

Nesse aspecto desde os ataques na Argentina, os EUA apoiam iniciativas dos países que integram a Tríplice Fronteira, como o Mecanismo 3 + 1, criado após os atentados nos EUA, e que tem com objetivo reunir as autoridades competentes das três nações (Brasil, Argentina e Paraguai) mais os EUA para buscarem resoluções para os problemas nas fronteiras da região.

A América do Sul, com isso, passou a fazer parte da agenda de segurança dos EUA, e isso é constatado nos relatórios sobre Terrorismo por País feito pelo Departamento de Estado dos EUA, onde é visto constantemente informações sobre terrorismo na Tríplice Fronteira e o que os países integrantes da região buscam fazer para acabar com as atividades ilícitas.

Com isso as transformações políticas-históricas em relação à Tríplice Fronteira que constam nos dias atuais, competem o acompanhamento dessas mudanças, visto a importância do passado, presente e futuro da região na política internacional no continente Americano.

Rafael Requena

Autor Rafael Requena

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