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A Guerra das Malvinas se iniciou com os navios das duas forças envolvidas e com a contribuição de aviões que estavam baseados em terra, neste sentido, os fatores tempo e distância foram importantes no desenvolvimento da guerra.

Os argentinos ainda enxergaram na Guerra a possibilidade de por fim a uma ameaça, que era ter uma potência militar europeia, a poucos quilômetros do seu litoral.

A questão geoestratégica no conflito era importante, pois os países da América do Sul que não tinham problemas políticos com a Argentina eram a favor deles nas Ilhas Malvinas, pois tinham o mesmo temor em relação aos britânicos.

O inicio da Guerra das Malvinas para os argentinos tem inicio no dia 28 de Março de  1982, quando forças navais deixaram o porto de Belgrano, organizado em duas forças-tarefas, como: A Força-Tarefa 40: força tarefa anfíbia, com a missão de realizar o desembarque anfíbio nas Falklands, constituída por 2 contratorpedeiros tipo 42: a Armada da República Argentina Santíssima Trinidad e o Hércules, 2 fragatas tipo A-69: Drummond e a Granville, 1 submarino tipo Guppy: o Santa Fé, 1 navio de desembarque de carros de combate NDCC, tipo LST: o Cabo San Antonio, 1 quebra-gelo: o Almirante Irizar, 1 navio transporte: o Isla de los Estados. Embarcados no NDCC Cabo San Antonio, o 2º Batalhão de Fuzileiros Navais e 19 veículos anfíbios.

A Força-Tarefa 20: força de apoio, com a tarefa de dar apoio à força-tarefa anfíbia, constituída pelo navio-aeródromo ligeiro: o 25 de Maio, 3 contratorpedeiros tipo Allen Summer: o Bouchard, o Piedrabuena e o Seguí, 1 navio petroleiro de esquadra: Punta Medanos, 1 rebocador: o Sobral. O Grupo Aéreo Embarcado no 25 de Maio era constituído por 8 aviões de ataque A-4 Q Skyhawk, 4 aviões anti-submarino S2E, 3 helicópteros Alouette e alguns helicópteros Sea King.

Os britânicos que diferentemente dos argentinos não esperavam por um conflito naquele momento, tinha para a defesa das Ilhas 67 fuzileiros navais.

Após a notícia de que os argentinos tinham conseguido ocupar e controlar definitivamente as Ilhas Malvinas, a Primeira Ministra, Margareth Thatcher, anunciou uma força-tarefa com a missão de reconquistar as Ilhas.

Os argentinos, contudo, continuavam se organizando para a ocupação das Ilhas, um dia após a invasão as Ilhas Malvinas, foi organizado uma terceira força-tarefa com a missão de ocupar a Geórgia do Sul, ela era constituída pela fragata tipo A-69 Guerrico e o navio-polar Bahia Paraíso, o GT transportava 2 pelotões de fuzileiros navais e 2 helicópteros. Partindo do navio-polar, um helicóptero Puma, transportando 15 homens de cada vez.

Após o Conselho de Segurança da ONU aprovar a Resolução 502 (Resolução que determinava o imediato fim das hostilidades, a retirada das tropas argentinas e o inicio das negociações), os americanos permitiram que os britânicos usassem a Ilha de Ascensão, como base avançada. O uso desta ilha serviu como base para os aviões britânicos, como, os 2 navios-aeródromo Invincible e Hermes, o navio de assalto Fearless, com um batalhão de fuzileiros navais e 45 navios mercantes, de diversos tipos, seriam usados para reforçar os navios da marinha inglesa, e a Ilha foi de grande importância para a reação britânica nas Malvinas. Os submarinos nucleares também foram enviados para o confronto das Malvinas.

HMS Conqueror S48 (Nulear).

Os argentinos acreditando que a guerra era iminente convocaram e enviaram diversos reservistas para as Malvinas, o que posteriormente provocou um problema logístico, pois os britânicos conseguiram o domínio do mar e os argentinos teriam que prover a subsistência de um maior número de soldados na Ilha.

A reconquista das Ilhas pelos britânicos teve inicio com o envio dos da força naval britânica, divididos em 3 grupos, o grupo formado pelos navios-aeródromo e suas escoltas, o grupo formado por todos os navios anfíbios e o da força de desembarque.

A primeira medida dos britânicos foram a conquista das Ilhas Geórgia, pois serviriam de ponto de apoio para a Força-Tarefa britânica. O grupo-tarefa que foi usado para a conquista da Geórgia do Sul foi formado pelo, HMS Antrim e o HMS Plymouth aos quais se reuniria mais tarde o Endurance, e o navio da Royal Fleet Auxiliary, Tidesoring, com 2 helicópteros Essex 5 a bordo. A bordo do Antrim estavam grupos da SBS (Special Boat Squadron) e SAS (Special Air Service), tropas especiais do exército, o navio cujo efetivo era de 450 homens saiu de Ascensão com 850. Posteriormente, a HMS Brilliant, com 2 helicópteros Lynx, juntar-se ia ao GT. O GT disporia, após a junção com o Endurance e o Brilliant de 8 helicópteros: 4 Wessexs, 2 Lynxs e 2 Wasps..

Após ataques as Ilhas Malvinas, os argentinos sofreram com um novo ataque dos britânicos. O cruzador General Belgrano, foi detectado e afundado pelo navio nuclear britânico HMS Conqueror, que usou um torpedo MK-8 que era uma arma usada na Segunda Guerra Mundial. Com a perda do cruzador General Belgrano, houve também a morte de 323 argentinos, dos 1093 que estavam no cruzador, o restante conseguiu ser salvo pela marinha argentina.

General Belgrano.

Nos primeiros dias de Maio de 1982, os britânicos já tinham o domínio do mar. Depois de dias de tentativas fracassadas de resolver o conflito na esfera diplomática, os britânicos iniciaram as operações de desembarque. As tropas SAS e SBS com a finalidade de obter informações e desorganizar as forças argentinas, desembarcarm em Porto Darwin e Pradera del Ganso.

As tropas britânicas partiram de diversos navios, com os homens da 3º Brigada de Comando, reforçados pelo 2º e 3º Batalhões de Paraquedistas. O desembarque aconteceu em diversos locais da baía e de San Carlos com pouca resistência, pois os argentinos foram surpreendidos com a invasão naquele momento.

Enquanto os britânicos tinham um sistema de defesa aéreo organizado para a invasão, que envolvia em primeiro lugar, o perímetro externo, com aviões Sea Harriers, formando uma Patrulha Aérea de Combate (PAC), a segunda linha de defesa, vinha de navios, colocados ao largo da entrada norte do estreito das Malvinas um setro que ficou conhecido como armadilha de mísseis, sendo um dos navios armado com MAS Sea Wolf,  míssil de defesa de ponto, a linha seguinte de defesa, conhecida como a linha dos canhões, era constituída por um grupo de 3 ou 4 navios, já dentro dos estreitos, armados com canhões e mísseis de pequeno alcance, finalmente, já na área de fundeio, a aléia das bombas, a última linha de defesa, constituída por até 8 navios de tropas e suprimentos, com canhões de pequeno calibre e os mísseis Sea Cat do Intrepid e do Fearless. Em terra, a defesa ficaria a cargo dos MAS Rapiers, um dos primeiros itens a ser posto em terra, e o armamento portátil das tropas, incluindo os mísseis portáteis Blowpipe.

As defesas argentinas tiveram início várias horas depois do desembarque britânico, com a força aérea que estavam na Ilha e no território continental. Contudo, os argentinos tinham dificuldade em atacar os britânicos devido a sua defesa, o que facilitou a consolidação das tropas britânicas nas praias onde desembarcaram.

Com a vitória na Baía de San Carlos, os britânicos iniciaram um ataque final contra a capital das Malvinas, Puerto Argentino, em duas frentes, onde uma frente dirigia-se para o norte em direção a capital e a outra para o sul em direção ao Porto Darwin e Pradera del Ganso,

Contudo, os argentinos para tentar defender Puerto Argentino, tiveram que abandonar regiões importantes, no qual os britânicos logo avançavam, para que se organizasse as tropas para a última batalha e a vitória na guerra, em Puerto Argentino.

O conflito nas Malvinas também foi importante para demonstrar a diferença de planejamento entre os países envolvidos. Em relação à Argentina, o planejamento foi ineficaz e houve dificuldades em haver ações conjuntas no Conflito. Os britânicos no entanto, se beneficiaram de um esforço logístico impressionante, com núcleos de apoio logístico móvel, reabastecimentos de aviões em voo, ficando patente a importância estratégica na Guerra. A Guerra das Malvinas comprovou outro fator que foi a supremacia de equipamentos e sistemas tecnológicos avançados na guerra contemporânea.

A Grã-Bretanha, no entanto, saiu vitoriosa da guerra não somente pela sua superioridade militar, mas pela sua experiência em guerras, visto que, suas forças armadas tinham grandes experiências militares, como as Guerras Mundiais e outros conflitos posteriores, assim como seus soldados que levavam um maior conhecimento do que era enfrentar uma guerra. Os argentinos diferentemente tiveram nas suas três forças armadas uma, historia das Malvinas baseada em um sacrifício de jovens oficiais pertencentes a uma jovem instituição, sem experiência em um teatro com objetivos dos quais, por disputas político-militares, haviam sido excluídos.

Primeira Ministra Britânica Margareth Thatcher em visita às Forças Britânicas estacionadas nas Ilhas Malvinas – 1983.

Alguns números da Guerra das Malvinas

Argentina

TipoPerdas
Mortes1000
FeridosNão divulgado
Aviões Destruídos76
Helicópteros Destruídos26
Cruzador Afundado1
Submarino Afundado1
Barco Patrulha Afundados1
Navios Auxiliares Afundados3
Barcos Patrulha Avariados2

Inglaterra

TipoPerdas
Mortes255
Feridos777
Aviões Destruídos10
Helicópteros Destruídos24
Destróieres Afundados2
Fragatas Afundados2
Navios Auxiliares Afundados2
Destróieres Avariados3
Fragatas Avariados3
Navios Auxiliares Avariados2

O fim da guerra provocou a volta das manifestações que tinha cessado, devido a união do povo pela guerra, gerando o fim do governo militar e a volta de um civil à presidência da Argentina.

Rafael Requena

Autor Rafael Requena

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  • Rodrigo disse:

    Faltou referência a incrível atuação da força aérea Argentina, elogiada por vários oficiais ingleses. Com tatica corajosa de chegar na zona de conflito com apenas 5 minutos de autonomia de combustível depois de voar rasante sobre o mar, aoenas trinta metros da agua. Aliás, não fossem as bombas e mísseis desatualizados provavelmente teriam acarretado outro final ao conflito.

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