O Brasil foi um dos países que participaram da Primeira Guerra Mundial, o país foi um dos integrantes da Tríplice Entente, a única nação da América do Sul que se envolveu no conflito.
A Primeira Guerra Mundial iniciada em 1914 teve o Brasil como um país neutro no conflito e isso permaneceu até 1917, quando nesse ano a nação cortou relações diplomáticas com a Alemanha depois de o navio brasileiro ser afundando por um submarino alemão.
O Brasil ainda teve outros navios afundados pelos alemães, o que possibilitou o Brasil a declarar guerra aos alemães e consequentemente a Tríplice Aliança.
Macau: Último navio torpedeado antes da declaração de guerra aos alemães.
A entrada do país na guerra aconteceu por pressão popular que estava insatisfeita com as perdas navais, além disso, o Brasil enxergava uma oportunidade de crescimento militar, político e econômico com a participação na guerra.
Militarmente, o país como integrante da Tríplice Entente, poderia adquirir uma linha de crédito para o aparelhamento do Exército e da Marinha, e reivindicar indenizações de guerra que poderiam servir para o pagamento deste crédito.
Na política e economia, a participação no conflito seria importante, pois daria o direito ao país de participar dos Tratados de Paz, o que possibilitaria um maior destaque à nação como integrante das discussões internacionais.
No aspecto econômico, a participação do país no Congresso de Paz era de grande importância, para se tentar resolver os problemas que vinham sendo enfrentados devido à dificuldade de comercializar café com os mares sendo usados como teatro de guerra. O Brasil tinha 1.900.000 sacas de café em portos da Europa que foram usados como garantia para empréstimos feitos pelo país, e com os conflitos as sacas de café que estavam na Alemanha foram usados por eles devido à dificuldade de conseguir fazer comércio.
O Brasil como país beligerante, enviou um grupo de 10 aviadores para se instruir na Inglaterra, uma divisão naval subordinada aos britânicos para patrulhar o Oceano Atlântico e uma equipe médica enviada à França.
Quanto à participação da nação nos campos de batalha, houve diversos pensamentos divergentes, alguns integrantes do governo brasileiro, acreditavam que o país como um integrante da Tríplice Entente deveria participar das batalhas, no entanto, algumas nações como a Inglaterra acreditavam que a participação do Brasil deveria ser de outra forma, como de cooperação com a exportação de produtos alimentícios, entregando os navios alemães ancorados no Brasil e permitindo a liberação dos portos para os países aliados beligerantes.
O Brasil desejava passar para o mundo a grandiosidade das forças armadas brasileiras, e que ela poderia ter um papel importante no teatro de guerra, mas a situação era outra, existia um número insuficiente nos quadros militares, nos armamentos e uma deficiência nos chefes militares, pois a escolha desses oficiais não acontecia através de uma meritocracia, mas de acordo com a situação política local.
Após os acordos entre as nações beligerantes sobre como seria a participação do Brasil no conflito. O país de imediato enviou a DNOG (Divisão Naval em Operações de Guerra), formada pelos Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul, pelos contratorpedeiros Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina, pelo cruzador auxiliar Belmonte e o rebocador de alto-mar Laurindo Pita, para se integrarem as forças aliadas que faziam a vigilância e patrulhamento do Oceano Atlântico.
Cruzador Bahia.
A participação da DNOG no conflito teve muitas dificuldades, o material utilizado pela divisão era obsoleto, os navios já tinham algum tempo de uso e as avarias demoravam muito para serem reparadas, os equipamentos não eram preparados para a guerra submarina, e após chegar em Dacar (Senegal) a tripulação brasileira, não pôde prosseguir viagem devido uma epidemia da Gripe Espanhola. A Gripe Espanhola deixou um saldo de 156 mortos, e diversos enfermos que acabaram voltando ao Brasil e outros permaneceram no local.
A DNOG só chegou a Gibraltar seu destino final com quatro navios: Bahia, Piauí, Paraíba e Santa Catarina, e durante a viagem passou por algumas incidentes: como a Batalha das Toninhas, momento que a divisão abriu fogo contra um cardume de toninhas acreditando ser um submarino alemão, e contra um navio de guerra norte-americano em um novo engano. A divisão só chegou a Gibraltar no dia 10/11/1918, um dia antes da assinatura do armistício que pôs fim a Guerra.
O envio de aviadores para Europa foi apenas para que eles pudessem se instruir diferente do julgamento do governo brasileiro que informava ao povo que eles haviam ido para combater na guerra.
A equipe médica enviada à França era composta por 100 médicos cirurgiões, de um corpo de estudantes, enfermeiras e soldados do exército que dariam proteção ao hospital construído pelo Brasil no teatro de operações.
Equipe Médica enviada à Guerra.
Quando eles chegaram a Dacar parte da equipe, também sofreu com os mesmo problemas da divisão naval e, pegaram Gripe Espanhola, causando a morte de várias pessoas, porém a equipe médica conseguiu cumprir a sua missão e instalou o hospital em Paris, prestando serviços até mesmo após a Guerra.
Após a guerra o Brasil participou da Conferência de Paz de Paris, e através da diplomacia conseguiu obter a resolução dos problemas econômicos, como o das sacas de café, dos navios alemães que estavam ancorados nos portos brasileiros e se tornou integrante da Liga das Nações, onde permaneceu até 1926.
Conferência de Paz de Paris, 1919.