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Mar do Norte está situado na porção norte do continente europeu e representa uma importante via hídrica que conecta os países desta região (Noruega, Dinamarca, Ilhas Britânicas, Alemanha, Países Baixos, Bélgica e França), além de ser uma importante fonte de recursos para estas populações. Foi por aí que os famigerados vikings viajavam com seus longos navios, conhecidos como “langship” e realizaram um violento processo de invasões às costas dos países entre os séculos IX e XI.

MAPA DA LOCALIZAÇÃO DO MAR DO NORTE. GRAPHIC MAPS

A partir do século XII, esta região ganhou enorme prestígio em função do grande desenvolvimento econômico, a partir da formação da associação entre comerciantes locais que utilizavam estas vias marítimas como rotas de trocas para produto de luxo como peles, especiarias e tecidos finos. Com o crescimento destas práticas estes núcleos urbanos costeiros formaram uma aliança conhecida como Liga Hanseática ou Hansa, a qual terminou por estabelecer um monopólio comercial que se estendia por todo o Mar do Norte e Mar Báltico.

A CENA DA GRAVURA APRESENTA OS NAVIOS MERCANTES DA LIGA HANSEÁTICA SENDO DESCARREGADOS. AO FUNDO, AS CASAS TIPICAS DA REGIÃO NÓRDICA. A BANDEIRA DE UM DOS NAVIOS APRESENTA A FIGURA DE UMA ÁGUIA DE DUAS CABEÇAS E ESCUDO VERMELHO E BRANCO, QUE É O BRASÃO DE ARMAS DA CIDADE DE LÜBECK, ALEMANHA. FONTE

Esta região sempre foi uma importante via de navegação e, por este motivo, sua história é marcada pela presença de constantes conflitos entre Estados. Tanto que, em meados do século XVII, a Grã-Bretanha se transformou na maior potência marítima do mundo após derrotar o Holandeses na Guerra Anglo-holandesa, que durou entre 1652 e 1654.

Este conflito foi resultado do Ato de Navegação, de 1651, o qual determinava que todos os produtos comercializados com os membros da Commonwealth (Inglaterra, Irlanda e Escócia) só poderiam ser transportados por navios da marinha inglesa. Este fato ameaçou o monopólio holandês de transportes de mercadorias que, “revoltadinhos” decidiram “sair no pau” mas, como já falei, os cara se “deram mal”.

IMAGEM DA CAPA DO ATO DE NAVEGAÇÃO DE 1951.

Já no século XX, temos o Mar do Norte uma vez colocado como palco central do que foi o maior conflito armado da história da humanidade: A 2ª GUERRA MUNDIAL. Foi justamente por ali que as nações aliadas decidiram realizar um ataque aos nazistas que teve proporções épicas!

MAPA DA U.S. ARMY DA ESTRATÉGIA DE INVASÃO PELO MAR DO NORTE NO DIA D. FONTE

JORNAL INGLÊS NOTICIANDO A INVASÃO À FRANÇA PELO MAR DO NORTE. FONTE

Liderada pelo general norte-americano Dwigth D. Eisenhower a Operação Overlord (mais conhecida como o DIA “D”) envolveu uma investida massiva contra a Narmandia, no litoral norte da França, em junho de 1944. Esta operação foi uma grande surpresa, já que os alemães haviam construído poderosas fortificações com posições antiaéreas, peças de artilharia, metralhadoras, morteiros, campos minados e arames farpados, além de colocarem barreiras por toda a costa com objetivo de impedir que os aliados aproximassem seus navios na região. Fato que levou os alemães a batizarem esta série de fortificações como “O Muro do Atlântico”.

Outro fator que levou os nazistas a considerarem impensável este ataque foi o clima que, durante aqueles meses é marcado por grandes tempestades e poderosas rajadas de vento, os quais dificultavam a navegação por aquele espaço. De qualquer forma, os aliados mantiveram este plano e realizaram ataques que envolveram a criação de portos e estradas flutuantes do dia para a noite.

Sob fogo constante dos inimigos, aproximadamente 185.000 soldados canadenses, britânicos e norte-americanos não pararam de investir contra as praias alemãs e gradualmente tomando cada setor. A partir de então, os avanços subsequentes continuaram sob fogo feroz dos inimigos e terminou em 30 de Agosto, quando os aliados forçaram as tropas do eixo a recuarem para o outro lado do Rio Sena, na França.

Desta forma, podemos ver que o Mar do Norte tem uma longa história e sempre desempenhou um papel central em todo o processo de desenvolvimento desta região da Europa. Além disso, estas águas hostis foram continuamente utilizadas como meio de ligação entre as diversas nações que habitam seu entorno.

Nota do autor: Este artigo teve publicação autorizada, também no site Paleonerd.

Prof. Denis Gasco

Autor Prof. Denis Gasco

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